quarta-feira, 30 de maio de 2012
terça-feira, 22 de maio de 2012
Alimentação Sustentável
Na falta de tempo para compartilhar as experiências vividas, como a que tive como as com os Vinhos de Jaboticaba de Catas Altas (produção bem artesanal de produtores local) e Produções Industriais com características caseiras de fabricas recém visitadas... irei compartilhar leituras extremamente interessantes para quem procurar ser mais feliz! Vamos nessa?
Um cara que gosto bastante é Michael Pollan e suas recomendações para uma boa alimentação são:
1. Não coma nada que sua avó não reconhecesse como comida.
2. Evite comidas contendo ingredientes cujos nomes você não
possa pronunciar.
3. Não coma nada que não possa um dia apodrecer.
4. Evite produtos alimentícios que aleguem vantagens para
sua saúde.
5. Dispense os corredores centrais dos supermercados e
prefira comprar nas prateleiras periféricas.
6. Melhor ainda: compre comida em outros lugares, como
feiras livres ou mercadinhos hortifrútis. (ADORO MERCADINHO)
7. Pague mais, coma
menos.
8. Coma uma variedade maior de alimentos.
9. Prefira produtos provenientes de animais que pastam.
10. Cozinhe e, se
puder, plante alguns itens de seu cardápio.
11. Prepare suas refeições e como apenas à mesa.
12. Coma
com ponderação, acompanhado, quando possível, e sempre com prazer.
Uma ótima semana para vocês!!!
sábado, 12 de maio de 2012
Queijos artesanais de leite cru – diversidade, sabor e cultura
O que são queijos artesanais feitos de leite cru?
Queijos de leite cru são os queijos fabricados
artesanalmente à moda tradicional, isto é, são elaborados a partir de leite
recém-ordenhado e não pasteurizado. A maioria das pessoas não sabe, mas todos
os queijos tradicionais do mundo eram originalmente fabricados a partir do
leite cru, queijos famosos como ocamembert, o brie, o roquefort,
a muzzarela. Atualmente, estes mesmos queijos são mais facilmente
encontrados pasteurizados e em versão industrializada para atenderem às
exigências da legislação sanitária internacional, mas quem já teve o prazer de
conhecer as versões originais sabe que a diferença é muito grande.
Os queijos industrializados, geralmente disponíveis em
supermercados, são produzidos em maior escala, a partir da coleta de leite de
vários produtores. Nesse processo, o leite é pasteurizado antes da elaboração
dos queijos. A pasteurização - que consiste em aquecer o leite a 62ºC por
cerca de meia hora e depois resfriá-lo - tem como objetivo eliminar bactérias
indesejáveis transmissoras de doenças assim como bactérias responsáveis por
deteriorar o leite. No entanto, a pasteurização desnatura proteínas, altera o
sabor e eliminam bactérias lácticas benéficas, estas responsáveis pelas
características especiais dos queijos tradicionais.
No Brasil há queijos tradicionais feitos de leite cru em
diversas regiões, eles são fabricados em pequena escala e por pequenos
produtores rurais, como é o caso dos queijos da Canastra, Salitre, Serro e Mantiqueira,
em Minas Gerais; dos queijos Colonial e Serrano, no Sul, dos queijos de Coalho e
de Manteiga no Nordeste. Por não atenderem aos requisitos
legais estabelecidos pela legislação sanitária - esta baseada nos padrões da
produção industrial de grande escala - muitos desses queijos são
comercializados de maneira informal, diretamente pelos produtores em feiras ou
por intermediários, em mercados locais. No entanto correm o risco de serem
apreendidos pela fiscalização, causando prejuízos aos produtores e dificultando
o acesso a mercados mais distantes.
Diferentemente do que alegam os órgãos de fiscalização
sanitária, há poucas evidências concretas de que esses queijos possam fazer mal
à saúde. Houve um tempo em que foram vendidos em grande escala (e continuam
sendo, em algumas regiões) e apesar disso são muito poucos os casos notificados
de toxinfecçãoalimentar. Esta é razão pela qual, também no Brasil, o Movimento
Slow Food defende que queijos de leite cru não apresentam
riscos para a saúde dos consumidores se o gado leiteiro estiver saudável
e o processamento for feito em boas condições de higiene logo após a ordenha.
Além disso, se olharmos o problema sob uma perspectiva
histórica, o processo de pasteurização é recente na história da humanidade -
possui pouco mais de 150 anos - ao passo que a produção e o consumo de queijos
de leite cru fazem parte da história de diversas sociedades há milênios. Estes
queijos são alimentos vivos que, com a maturação, adquirem texturas, aromas e
sabores diversos.
Por não ter terem sofrido tratamento térmico, possuem
bactérias lácticas que, além de terem papel importante para evitar a
proliferação das bactérias causadoras de doenças, são benéficas para a
digestão. Não é à toa que os franceses mantém o costume de comer queijo após a
refeição como parte da sobremesa e, ainda hoje, costumam comer os queijos de
casca “mofada”, como camembert e brie, para regularizar a flora intestinal e
proteger o organismo, por exemplo, dos efeitos nocivos dos tratamentos à base
de antibióticos.
Uma iniciativa importante para a salvaguarda dos queijos
artesanais, ainda que geograficamente restrita, foi seu registro como patrimônio imaterial pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio
Histórico Nacional, como foi feito com os queijos do Serro, da Canastra e do
Alto Paranaíba, em Minas. Isso no entanto não resolveu o
problema do seu reconhecimento legal. Os produtores continuam enfrentando
sérias dificuldades com a legislação sanitária que, ignorando os métodos e
equipamentos tradicionais de produção, exige uma série de alterações nas
instalações das queijarias.
Os produtores que não conseguem se adaptar deixam de
produzir ou ficam cada vez mais limitados ao comércio informal. Além de
implicar em custos muito elevados, a adaptação às exigências legais coloca em
risco a manutenção das características originais desses produtos, sua qualidade
e riqueza de texturas, sabores e aromas que os diferenciam de queijos
industrializados, e os produtores sabem disso.
Os produtores sozinhos não têm forças para mudar essa
situação, precisamos por isso nos juntar a eles, nós consumidores, chefs,
gastrônomos, pesquisadores e quem mais se interesse pela permanência de nossas
tradições alimentares. O reconhecimento e a valorização dos nossos queijos
artesanais podem ser atingidos por vários meios, dentre eles: pela aproximação,
conhecimento e divulgação da realidade dos produtores, pela pressão por uma
legislação adequada ao alimento artesanal, e pela promoção da compra, ainda que
informal, e do consumo desses queijos para que seus produtores possam continuar
existindo enquanto tal.
A luta pela salvaguarda dos queijos de leite cru é mundial e
contrapõe-se aos interesses da grande
indústria de laticínios. O Slow Food
Internacionalparticipa dessa luta em vários países. No
Brasil, 2011 pode ser considerado o início da campanha local com a criação do Grupo
de Trabalho do Slow Food Brasil sobre queijos artesanais de leite cru;
Texto produzido pelo Grupo de Trabalho do SlowFood
Brasil sobre Queijos Artesanais de Leite Cru
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