Enquanto
cumprindo os princípios gerais de nutrição, de atração e de satisfação, a
comida também tem um componente espiritual.
O aspecto
espiritual da dieta compreende a compra, a preparação, a aceitação e o ato de
comer a comida. A comida que é selecionada com cuidado, preparada com amor,
aceita com gratidão e ingerida com pureza, torna-se um tônico para ambos, para
a alma e para o corpo. O ingrediente básico é a consciência. Onde a consciência
é limpa, preenchida com amor e desapego, a comida é purificada e isso também
purifica o corpo. Como resultado, a mente torna-se limpa, ficando livre de
desejos e da atração aos órgãos dos sentidos.
Se você
estudar a dieta dos yogis antigos da Índia, você notará que seu enfoque no ato
de comer era muito refinado. Havia apenas alguns tipos de comida que eles
aceitavam e o yogi não se satisfazia (no sentido de obter prazer) nem se
permitia ser influenciado pelos sentidos da visão, olfato e paladar. Um yogi
sempre fixará determinados horários para comer e beber e manterá esta
disciplina. Um caminho espiritual significa ser atento ao que se consome.
Abstinência de carne, ovos, peixe e frango (assim como dos subprodutos da
carne, tais como gelatina e coalho), de álcool, tabaco, drogas, excesso de chá
e café faz parte do modo de vida da espiritualidade. Por razões espirituais,
muitas pessoas evitam, inclusive, cebola, alho e especiarias fortes que atuam
como estimulantes ao sistema endócrino e, desta maneira, desestabilizam as
emoções. Assim, a dieta de um yogi compreende dois fundamentos principais:
• Não causar
sofrimento a outro ser vivo.
• Não
superestimular o sistema fisiológico (digestivo, nervoso, e endócrino).
Uma equação
básica, com a qual muitos de nós estão familiarizados, é “de acordo com o que
você come é a sua mente”. Isto é um princípio fundamental da dieta espiritual.
O tipo e a qualidade da comida e a maneira de se comer afetam o estado da
mente. A comida que envolve matança de animais carrega uma dívida cármica e
isto se torna um fardo na alma humana. Comida ou bebida que têm um efeito
estimulante no corpo também carregam uma carga tóxica que gradualmente dão
lugar a um processo de doença (câncer, placas arteriais, diabetes, cálculo
biliar etc.). A comida que é ingerida num estado de tensão, ansiedade, depressão,
raiva ou medo levará esses padrões de pensamento e essas vibrações e, portanto,
isso afetará a digestão. Os hormônios estimulados por essas vibrações, por sua
vez, criam mais vibrações negativas e hormônios, portanto, o ciclo continua.
Um enfoque espiritual
na dieta inclui preparar a comida num estado meditativo com sentimentos de amor
e desapego. Quando alguém se sente livre de desejos e cozinha com amor para si
mesmo, para a família e amigos, na lembrança de Deus, isso trará um poder sutil
que energiza a alma e o corpo. Dentro de parâmetros de uma dieta espiritual
precisa, de qualquer modo, é bom aceitar a comida com gratidão e não se tornar
muito focado em “eu não posso comer isto ou eu não posso comer aquilo”, a menos
que haja necessidades específicas com relação à saúde. Algumas pessoas
desenvolveram a arte de combinar alimentos e nos dias de hoje, alimentos
orgânicos são mais populares desde que os efeitos dos pesticidas, fertilizantes
e antibióticos (que, inclusive, afetam o leite, iogurte, manteiga e queijo) na
contaminação da comida se tornaram mais conhecidos. Os macrobióticos estão se
tornando mais populares, mas não necessariamente se equiparam com a
espiritualidade.
Algumas
dessas dietas são boas para a saúde, para o meio ambiente e para a consciência,
mas se a pessoa que segue um regime rigoroso se torna muito fanática e cria
stress como resultado, então, muitos dos benefícios serão, automaticamente,
perdidos.
Extraído da Revista Vida Plena – sessão Enfoque – Ano IV – Edição nº 29 – 2007
Bom demais! Faz pensar! E agora é agir!
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